terça-feira, 12 de maio de 2015

Um lugar chamado Vila Feliz


Depois de seis meses em Natal fui morar nessa casinha linda, em um condomínio chamado Vila Feliz. Foi, sem dúvida, o lugar mais especial em que já tive a oportunidade de viver. Sim,viver!
Desde a primeira vez que fui visitar minha irmã em Natal (ela mora lá desde 2010), ficava intrigada quando eu passava em frente a esse condomínio de nome tão peculiar. Quando chegamos de “mala e cuia” em Natal, em agosto de 2013, não conseguimos uma casa na Vila, então fomos morar em um sobrado de dois quartos, muito lindinho, foi a nossa primeira casa. Mas, meu sonho era mesmo morar na tal Vila Feliz, era mais forte do que eu! J
Em janeiro de 2014 conheci o Netuno, meu grande amigo. Ele morava na Vila Feliz e todas as vezes que eu ia na casa dele, ficava ainda mais apaixonada por aquele cantinho. Então, pedi a ele que me ajudasse a arrumar uma casa lá, pois não era nada fácil. Explico: a Vila Feliz é um condomínio pequeno, tem apenas 52 casas, todas são alugadas e a rotatividade de seus moradores é baixa, por isso o dono de lá organiza uma fila de espera de pretensos inquilinos interessados nas casas.
A principal característica da Vila é a sua construção. As casas foram construídas nos moldes de uma vila jesuíta e, por isso mesmo, mantém uma identidade única em seu exterior, com pintura externa na cor branca, sendo que os portais e molduras das janelas são pintadas em apenas quatro cores (azul, amarelo, verde e vinho). Apenas na parte interna, as casinhas se diferenciam umas das outras, há imóveis de 1 e 2 quartos, mas nenhum é igual ao outro por dentro. Por conta dessas características, o condomínio é também um museu aberto à visitação. Nas ruas internas não há asfalto, nem fiação aparente e exatamente no meio da vila há uma pequena igreja, isso mesmo: uma igreja! Exatamente como nas vilas antigas que eram erguidas em torno das capelas e igrejas. Em fevereiro de 2014, nós finalmente nos mudamos para a Vila. E então, tudo começou...
Fomos morar nessa casinha linda com flores amarelas ao lado da janela da sala. Depois de seis meses mudamos para outra casa, cuja planta interna era infinitamente melhor, e por fora era mais linda ainda. A sala, com vista para a varanda cheia de plantas, era muito aconchegante. Tínhamos também uma cozinha americana espaçosa e muito charmosa! Os quartos tinham janelas voltadas para uma área verde enorme, era incrível acordar e dar de cara com todo aquele verde. Tinha ainda um jardim lindo que o antigo inquilino, que se tornou um amigo querido, cultivou com tanto amor! E foi por causa desse jardim maravilhoso que descobri meu amor pelas plantas.



No próximo “capítulo” conto mais sobre o outro lado da Vila. Até mais!

domingo, 1 de março de 2015

A história das coisas

                 











A história das coisas

Quando fui morar sozinha, em 2010, tive a grata surpresa de descobrir o meu gosto por decoração. E desde então, decorar pra mim se traduz simplesmente em: deixar a casa com a sua cara.... É verdade que sempre gostei de folhear revistas de decoração, mas não tinha ideia da minha paixão (ih... rimou!). Quando montei meu apartamento, tive que ter muita criatividade porque o dinheiro era curto, e, embora, muitos não acreditassem, ficou tudo muito lindo! E melhor, com a minha cara, pelo menos naquele momento...eheheh.
Em 2013 mudei de cidade e de estado civil: viemos morar em Natal e aqui nos casamos. E nesse curto tempo de casa nova, já tem muita coisa por aqui com história. Alguns objetos eu trouxe da minha primeira casa, outros fomos comprando por aqui mesmo. Tem também, aqueles objetos especiais, né? Como aqueles que herdei da minha mãe e pelos quais tenho um carinho especial.
Bom, a primeira foto é do nosso quarto. Esse armário que imita um rádio antigo foi um achado do antigo morador da casa que moramos atualmente e é claro que eu me apaixonei instantaneamente por essa peça maravilhosa. Resultado: comprei o armário e outras coisinhas da casa que amei. Ao lado, a prancha de surf do marido – o surf é tão ele! – que está sempre aí, apoiada no radinho, quando não está nas águas do mar...rs. Essa faixa bege, que faz as vezes de cabeceira, foi pintada por nós mesmos (na foto parece que ela está torta, mas foi o ângulo do clique), no centro penduramos uma mandala de vidro linda que era da minha mãe (depois eu mostro pra vocês).
Na segunda foto, outro lugar especial da casa. Essa poltrona de madeira pesada com futons (desses que você encontra em supermercados mesmo) no assento e no encosto, deixou esse cantinho gostoso para uma leitura ou simplesmente para dar uma relaxada. Ali atrás, o quadro com a frase “all you need is love” foi eu que fiz e fica logo na entrada da casa, porque aqui só tem amor! E também porque eu adoro os Beatles!



sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015


                                                                  Créditos: Fotolia.com


É carnaval! Que delícia! Adoro essa energia de alegria, de festa, de cores múltiplas, de brincadeiras, de encontros e desencontros que só experimentamos no carnaval... 
Minha paixão vem de longe, minhas primeiras lembranças são da minha infância, das matinês super animadas com meu pai e meus tios tocando nos bailinhos da criançada. Eles tinham uma banda de rock, mas no carnaval se rendiam ao festejo e tocavam nos bailes e matinês organizados pelos clubes de Brasília. Lá na capital, nos anos 80, o carnaval era isso: os bailes nos clubes; o carnaval de rua, de blocos, ainda não era modinha. Eu me lembro apenas do Pacotão, bloco de rua tradicionalíssimo de Brasília fundado em 1978 e mais voltado para o público adulto. Para a criançada restava mesmo a matinê no clube, e como era bom! Eu ficava boba com aquela mistura de cores, com aquela energia contagiante que rolava no salão, explosão de alegria! 
Essas tardes de carnaval eram especiais, mágicas! Eu me sentia o máximo, enquanto os meus amigos só podiam ir em uma ou duas matinês, eu, meus irmãos e meus primos íamos todos os dias, era demais! E pra completar, minha avó materna era costureira e no carnaval fazia questão de fazer nossas fantasias. Saíamos sempre em trupe: primos e primas vestidos com as mesmas fantasias. Antes do carnaval a vovó consultava a gente para descobrir qual era a fantasia do momento... ahahah. Teve o ano da Colombina e do Pierrot, da Jane e do Tarzan, dos índios, da bailarina e do monstro (sim! os meninos usavam aquela fantasia de monstro mascarado com bola de meia, mas não faço ideia da lógica desse par, vai saber...rs). Mas a fantasia só não bastava: eu estava sempre enfeitada com muita purpurina e aquelas estrelinhas metalizadas que minha mãe colava em tudo que é canto, braço, perna, rosto... ficava linda, toda exibida!
Lembro de seguir com os olhos a trajetória da serpentina no salão e também de engoli confete nas brincadeiras... putz! A gente se perdia no salão, subia no palco, dançava e cantava junto com o meu pai e meus tios, era a maior farra! E tinha o vovó João, pai da minha mãe, que ficava da sua mesa olhando para gente no salão e chamando para beber refrigerante, comer e tirar fotos. Minha mãe e minhas tias também estavam por ali, de olho vivo na gente para garantir que as traquinagens não passassem da conta. De vez em quando alguém levava uma bronca ou um puxão de orelha, mas depois voltava com tudo para o meio do salão. E aí, começa tudo de novo... carnaval maravilha! Que delícia!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Coca-cola e jazz



Hoje é quarta-feira, 17h08, janeiro de 2015; eu tô aqui em casa, ouvindo jazz clássico (segundo a programação da tv à cabo) e tomando coca-cola, depois de uma conversa de horas com um amigo. O fio da meada era a nossa loucura, ele me contando dos tempos que ele participava de um grupo famoso de teatro que atuou nos anos 70 no Brasil e na Europa. Eu respondia falando sobre esse sentimento que tenho de inadequação ao mundo, mas ele teimava em interromper falando da quantidade de gatos (felinos, ok?) que moram atualmente no nosso condomínio – esse merece um capítulo à parte! Os gatos me lembraram da época de criança, quando tínhamos em casa uma gata, uma cachorra, duas tartarugas, peixes e um papagaio (presentes dos meus pais). E foi daí que me lembrei daquelas histórias da infância... um giro rápido pela adolescência e então...começamos a falar dos pavões que estão comendo todas as nossas flores (no condomínio em que moramos ficam alguns pavões soltos; é que o dono daqui os cria assim: livres em nossos jardins! E nós, moradores, “colaboramos” na criação deles fornecendo involuntariamente a alimentação das formosas aves. Eles comem nossas plantas, adoram pimenteira e manjericão, flores e rosas...).
Em seguida, um momento de melancolia: ele lembra da sua esposa, com quem viveu por 35 anos, ele é viúvo; eu penso na minha mãe. 
Mas aí, ele me conta uma história engraçadíssima dos seus tempos de palco, rimos muito. E é assim que, concluo, no meio da minha loucura, contaminada por um momento de lucidez, que somos mesmo um ponto de lápis feito em uma folha branca, perdido no universo. É desse tamanho mesmo! Um ponto em uma folha branca visto (ops, visto?) de uma altura inimaginável, ou seja, um nada! Rimos de novo! 
Lá vem a síndica do condomínio. Preguiça. O papo fica chato, então voltei pra casa. Agora tá tocando Julie London na rádio 225 da TV.
Penso nessa ideia de escrever. Eu sempre gostei de guardar as histórias na cachola, para depois compartilhar com os amigos. Dia desses, caminhando na praia com uma amiga, eu comecei a falar sobre a minha nada feliz convivência com os caninos. Ela ria sem parar. Embora eu achasse muito louco ela achar graça da minha desgraça, ela pedia que eu contasse mais e mais. No final da caminhada ela disse em tom sério comigo: “não é justo que só eu saiba sobre isso, você tem que escrever sobre todas essas histórias”. Depois, uma sonora gargalhada. 
Eu, sinceramente, não sei se são histórias exatamente engraçadas, mas são estranhas. É isso: tudo é muito louco e estranho.
Começo hoje a escrever sobre essas histórias e estórias. O que é verdade, o que é mentira? É personagem ou uma pessoa real? Aconteceu de verdade? Pois bem, nada à declarar, muchachos!


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Garota Velha, eu


Eu sempre fui "um pouco" diferente mesmo! Apesar de gastar muita energia tentando negar essa verdade, eu nunca consegui me identificar com um grupo, nem com outro. Me debati anos para agora, finalmente, entender e aceitar que sou assim, meio louca, temperamental, estranha e esquisita! A pura verdade.
Daí que a idade da minha alma não condiz com a idade do meu corpo. Na infância, gostava de participar da conversa das primas e dos primos mais velhos, na época, já adolescentes. Na adolescência, tinha amigos bem mais velhos que eu, ia para o boteco escutar Bethânia, cantando Roberto Carlos, com os amigos de 50 e poucos anos. Na fase adulta, pirei! Percebi que sempre serei uma garota, mas uma garota velha!
Mas é preciso registrar que quem cravou pela primeira vez essa expressão "garota velha", foi a Laurinha - sobrinha de uma grande amiga minha - ao explicar para tia que aquele escorregador do parquinho era feito só para garotas novas, não para as garotas velhas, como a sua tia....rs. Adorei essa história! E foi aí que pensando sobre as minhas histórias, e estórias, que quero contar e sobre o dilema "idade da alma versus idade do corpo", é que peço licença à Laurinha para me apropriar do título/designação que dá nome a este blog.
É mesmo como dizia Simone (a de Beauvoir, viu?), não acha?   “O que é um adulto? Uma criança de idade.”