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É carnaval! Que
delícia! Adoro essa energia de
alegria, de festa, de cores múltiplas, de brincadeiras, de encontros e
desencontros que só experimentamos no carnaval...
Minha paixão vem de longe, minhas primeiras lembranças são da minha infância, das matinês super
animadas com meu pai e meus tios tocando nos bailinhos da criançada. Eles tinham uma banda de rock, mas no carnaval se rendiam ao festejo e tocavam nos bailes e matinês organizados pelos clubes de Brasília. Lá na capital, nos anos 80, o carnaval era isso: os bailes nos clubes; o carnaval de rua, de blocos, ainda não era modinha.
Eu me lembro apenas do Pacotão, bloco de rua tradicionalíssimo de Brasília fundado em 1978 e mais voltado para o público adulto. Para a criançada restava mesmo a matinê no clube, e como era bom! Eu ficava boba com aquela mistura de cores,
com aquela energia contagiante que rolava no salão, explosão de alegria!
Essas tardes de carnaval eram especiais, mágicas! Eu me sentia o máximo, enquanto os meus amigos só podiam ir em uma ou duas matinês, eu, meus
irmãos e meus primos íamos todos os dias, era demais! E pra completar, minha
avó materna era costureira e no carnaval fazia questão de fazer nossas
fantasias. Saíamos sempre em trupe: primos e primas vestidos com as mesmas
fantasias. Antes do carnaval a vovó consultava a gente para descobrir qual era
a fantasia do momento... ahahah. Teve o ano da Colombina e do Pierrot, da Jane
e do Tarzan, dos índios, da bailarina e do monstro (sim! os meninos usavam
aquela fantasia de monstro mascarado com bola de meia, mas não faço ideia da
lógica desse par, vai saber...rs). Mas a fantasia só não bastava: eu estava sempre enfeitada com muita
purpurina e aquelas estrelinhas metalizadas que minha mãe colava em tudo que é
canto, braço, perna, rosto... ficava linda, toda exibida!
Lembro de seguir com
os olhos a trajetória da serpentina no salão e também de engoli confete nas brincadeiras... putz! A gente
se perdia no salão, subia no palco, dançava e cantava junto com o meu pai e
meus tios, era a maior farra! E tinha o vovó João, pai da minha mãe, que ficava
da sua mesa olhando para gente no salão e chamando para beber refrigerante,
comer e tirar fotos. Minha mãe e minhas tias também estavam por ali, de olho
vivo na gente para garantir que as traquinagens não passassem da conta. De vez
em quando alguém levava uma bronca ou um puxão de orelha, mas depois voltava
com tudo para o meio do salão. E aí, começa tudo de novo... carnaval maravilha! Que delícia!
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