sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015


                                                                  Créditos: Fotolia.com


É carnaval! Que delícia! Adoro essa energia de alegria, de festa, de cores múltiplas, de brincadeiras, de encontros e desencontros que só experimentamos no carnaval... 
Minha paixão vem de longe, minhas primeiras lembranças são da minha infância, das matinês super animadas com meu pai e meus tios tocando nos bailinhos da criançada. Eles tinham uma banda de rock, mas no carnaval se rendiam ao festejo e tocavam nos bailes e matinês organizados pelos clubes de Brasília. Lá na capital, nos anos 80, o carnaval era isso: os bailes nos clubes; o carnaval de rua, de blocos, ainda não era modinha. Eu me lembro apenas do Pacotão, bloco de rua tradicionalíssimo de Brasília fundado em 1978 e mais voltado para o público adulto. Para a criançada restava mesmo a matinê no clube, e como era bom! Eu ficava boba com aquela mistura de cores, com aquela energia contagiante que rolava no salão, explosão de alegria! 
Essas tardes de carnaval eram especiais, mágicas! Eu me sentia o máximo, enquanto os meus amigos só podiam ir em uma ou duas matinês, eu, meus irmãos e meus primos íamos todos os dias, era demais! E pra completar, minha avó materna era costureira e no carnaval fazia questão de fazer nossas fantasias. Saíamos sempre em trupe: primos e primas vestidos com as mesmas fantasias. Antes do carnaval a vovó consultava a gente para descobrir qual era a fantasia do momento... ahahah. Teve o ano da Colombina e do Pierrot, da Jane e do Tarzan, dos índios, da bailarina e do monstro (sim! os meninos usavam aquela fantasia de monstro mascarado com bola de meia, mas não faço ideia da lógica desse par, vai saber...rs). Mas a fantasia só não bastava: eu estava sempre enfeitada com muita purpurina e aquelas estrelinhas metalizadas que minha mãe colava em tudo que é canto, braço, perna, rosto... ficava linda, toda exibida!
Lembro de seguir com os olhos a trajetória da serpentina no salão e também de engoli confete nas brincadeiras... putz! A gente se perdia no salão, subia no palco, dançava e cantava junto com o meu pai e meus tios, era a maior farra! E tinha o vovó João, pai da minha mãe, que ficava da sua mesa olhando para gente no salão e chamando para beber refrigerante, comer e tirar fotos. Minha mãe e minhas tias também estavam por ali, de olho vivo na gente para garantir que as traquinagens não passassem da conta. De vez em quando alguém levava uma bronca ou um puxão de orelha, mas depois voltava com tudo para o meio do salão. E aí, começa tudo de novo... carnaval maravilha! Que delícia!